Aos nossos amigos e amigas

Aos que sentem que o final de uma civilização não é o
fim do mundo;
Aos que veêm a insurreição como uma brecha, em
primeiro lugar, no reino organizado da necessidade, da
mentira e da confusão;
Aos que adivinham, detrás da espessa névoa da “crise”,
um teatro de operações, de manobras, de estratégias –

e por tanto a possibilidade de um contra ataque; Aos
que planejam golpes;
Aos que espreitam o momento propício;
Aos que buscam cúmplices;
Aos que desertam;
Aos que resistem com firmeza; Aos que se organizam;
Aos que querem construir uma força revolucionária,
revolucionária por que sensível;
Esta modesta contribuição à inteligência destes tempos.

 

PDF ANAfinal

Um piano nas barricadas: por uma história da autonomia

Sábado. Já está escuro. A Piazza Verdi e a Via Zamboni estão cobertas de destroços, de cartuchos de lacrimogênio queimados, de pequenos cubos de mármore. A polícia foi-se embora. cansaço. Raiva. Alegria. Um perfume de rebelião depois de anos de submissão. Os rostos dos companheiros sorriem; todos têm os olhos vermelhos devido ao gás lacrimogênio. Rodam garrafas de bons vinhos sacados dos bares. Champagne. Ganzas. Molotov…

Um piano toca Chopin. Está no meio da estrada, retirado de um bar. Logo atrás uma barricada. Bêbados. Hoje ninguém manda. Amanhã? Amanhã chegarão com os tanques. Seremos novamente expulsos. mas hoje, por algumas horas, esta terra é livre. Chopin. Vinho. raiva e gozo.

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Queima teu celular!

“Queima teu celular” é uma reflexão sobre como vivemos. Cada vez nos é mais comum a cena distópica em que todos ao nosso redor estão olhando para os celulares: jogando, checando o Facebook, trocando mensagens, aproveitando a promoção do momento para falar em excesso sobre nada. O folheto que traduzimos para distribuir no Brasil é um grito de negação a essa realidade. Ele parte do pressuposto de que é possível viver de outra forma e pretende iniciar o caminhar nessa direção.

Para os que acreditam não ter nada a esconder, os questionamos sobre que mundo é esse em que um Estado repressor e grandes companhias têm acesso à localização e comunicação de todos os indivíduos. Esse cenário assustador é uma realidade que vem sendo construída também pelos que se isentam do processo de resistência a ela. “Queima teu celular” vai além disso e alerta para os malefícios nas nossas relações que são agora mediatizadas e dominadas por um aparelho que nos interpela sem que consigamos simplesmente dizer “não vou atender essa porra!”. Nos relembra também dos problemas de saúde e ecológicos que estão surgindo nesse mundo tecnológico. Isso tudo para que possamos dizer não, para que possamos novamente jantar nos olhando nos olhos.

Para aqueles que resistem ao capitalismo, o sentimento de que o celular não é apenas um aparelho de comunicação tem se disseminado. Depois de que foram descobertas escutas em celulares qualquer ação que é assim programada corre o risco de ser anulada antes mesmo de ocorrer. Pior do que isso, cresce o sentimento de que “eles” podem saber de tudo. Para além da paranoia, esse folheto propõe que pensemos sobre esse estado de vigilância massiva e nos preparemos contra ele. Já passou a hora de conversarmos seriamente sobre segurança: o Brasil não tem uma estrutura de controle igual a europeia, mas já sabemos que essas técnicas são trocadas pelos governos. As soluções encontradas no folheto não são definitivas, pois o avanço técnico da repressão é difícil de ser acompanhado: ser segredo faz parte da sua eficiência. Mas a segurança parece estar ao nosso alcance com mudanças simples no nosso lidar com esses aparelhos.

A versão brasileira pode ser baixada gratuitamente em nosso site, pois incentivamos a apropriação livre como uma forma de combater a ditadura das mercadorias. Copie, cole, transforme e nem se der ao trabalho de nos dar nenhum crédito. Caso você queira contribuir com a editora para que consigamos continuar as produções, é possível encomendá-lo pelos correios.

Versão virtual

Em breve disponível para pedido pelos correios.

Livro Vermelho – YOMANGO

yomangue.cleanedCompreendemos a relevância deste livro como uma maneira de refletir como as práticas cotidianas têm influência no modo de viver e resistir de várias pessoas ao redor do mundo. Sem pudor ou moralismo, o Livro Vermelho Yomango tem um discurso repleto de ludicidade, de deboche e de vontade de transgressão. Através de estratégias prazerosas, o Yomango nos propõe tornar a resistência uma ação divertida e uma decisão de vingança desse mal-estar generalizado gerado pelo capital. Diante de uma guerra permanente, praticar esses gestos nos trazem uma maneira de não sucumbir na raiva latente e manifestar a existência de uma vitalidade.

Livro Vermelho YOMANGO

Formatinho / 50 páginas

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A Insurreição que Vem

iqv.cleanedEste livro é assinado com o nome de um coletivo imaginário. Os seus redatores não são os seus autores. Limitaram-se a pôr um pouco de ordem nos lugares-comuns da época, naquilo que se sussurra nas mesas dos bares, por detrás das portas fechadas dos quartos. Não fizeram mais do que fixar as verdades necessárias, cujo recalcamento universal enche os hospitais psiquiátricos e os olhares de mágoa. Fizeram-se escribas da situação. É um privilégio das circunstâncias radicais que o rigor conduza logicamente à revolução. Basta falar daquilo que temos à frente dos olhos e não nos esquivarmos às conclusões.

A insurreição que vem – Comitê invisível

Formato bolso / 175 páginas

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